A palavra soa quase como sinônimo de pobreza e violência: favela. Escondidas em diversos pontos da capital potiguar, o cenário se repete. São tábuas, papelões, estacas de madeira que formam paredes e telhados e nos reporta aos fragmentos de existências e destinos que ali - em meio ao caos ordenado de barracos, canos e gambiarras – se unem e constroem comunidades. Uma sociedade de posseiros, ignorada pelo poder público, que compartilham da mesma realidade de falta de infraestrutura, anseios e necessidades, não importa em quais bairros estejam instaladas. Convivem com a escassez de postos de saúde, escolas, segurança, saneamento, vontade política - como também quase nenhuma esperança – quanto a melhoria das condições de vida.
E por mais que você não as veja à entrada da cidade, elas continuam em expansão. Natal abriga hoje cerca de 70 favelas espalhadas em todas as regiões, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe). Em torno de 25 mil pessoas sobrevivem em condições subumanas. O número supera a população de cidades como Goianinha (24 mil habitantes), na região Agreste potiguar. Entretanto, esse universo pode ser ainda maior. Um levantamento da Ong Central Única das Favelas (Cufa/RN) aponta uma população de 68 mil pessoas vivendo nessas áreas. O quantitativo é o mesmo de pessoas cadastradas no programa de moradias de baixa renda da região da Grande Natal.
Entre os cadastrados, estão as 125 famílias do assentamento Monte Celeste, no Planalto, que aguardam a chance de abandonar os barracos de papelão e restos de madeiras erguidos ao lado de uma lagoa de captação inacabada. A inscrição à porta do barraco do pedreiro Geraldo da Silva, 42 anos, expressa bem a realidade: “Só quem tem pena de pobre é Deus”. Isolados, sofrem com a falta de segurança, assistência médica e escolas. Mulheres ainda parem em casa. O atendimento médico esbarra na falta de comprovante de residência. Não há creches ou escolas. Sem o transporte escolar, as crianças levam falta e colocam em risco o bolsa-família, complemento importante na renda da vila de carroceiros. “Aqui falta tudo, mas também se reparte tudo”, observa a técnica de enfermagem Maria de Fátima Bezerra, em referência a organização de creches, cursos e ações implantadas com ajuda da Ong LBV.
E por mais que você não as veja à entrada da cidade, elas continuam em expansão. Natal abriga hoje cerca de 70 favelas espalhadas em todas as regiões, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe). Em torno de 25 mil pessoas sobrevivem em condições subumanas. O número supera a população de cidades como Goianinha (24 mil habitantes), na região Agreste potiguar. Entretanto, esse universo pode ser ainda maior. Um levantamento da Ong Central Única das Favelas (Cufa/RN) aponta uma população de 68 mil pessoas vivendo nessas áreas. O quantitativo é o mesmo de pessoas cadastradas no programa de moradias de baixa renda da região da Grande Natal.
Entre os cadastrados, estão as 125 famílias do assentamento Monte Celeste, no Planalto, que aguardam a chance de abandonar os barracos de papelão e restos de madeiras erguidos ao lado de uma lagoa de captação inacabada. A inscrição à porta do barraco do pedreiro Geraldo da Silva, 42 anos, expressa bem a realidade: “Só quem tem pena de pobre é Deus”. Isolados, sofrem com a falta de segurança, assistência médica e escolas. Mulheres ainda parem em casa. O atendimento médico esbarra na falta de comprovante de residência. Não há creches ou escolas. Sem o transporte escolar, as crianças levam falta e colocam em risco o bolsa-família, complemento importante na renda da vila de carroceiros. “Aqui falta tudo, mas também se reparte tudo”, observa a técnica de enfermagem Maria de Fátima Bezerra, em referência a organização de creches, cursos e ações implantadas com ajuda da Ong LBV.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
Publicação: 08 de Maio de 2011 às 00:00
SARA VASCONCELOS - repórter